Quem passa pelo eixo que vai do Ceagesp até o Parque Ibirapuera, passando pela Praça Panamericana, Av. Pedroso de Moraes e Av. Faria Lima, pode observar uma movimentação mais intensa nas obras da ciclovia que acompanha este percurso.
Em vários trechos da obra é possível observar equipes retomando os trabalhos, caminhões e máquinas circulando, inclusive no trecho que estava paralisado a pedido do Tribunal de Contas do Município (TCM).
Ciclistas comemoraram. “Uma obra assim não pode parar. Faz muito tempo que os riscos são enormes. Quem frequenta e usa sabe disto”, comentou Sasha Hart, ciclista e usuário da ciclovia.
“Com a paralisação os ciclistas foram colocados em várias situações de risco. Espero que finalizem logo, pois são décadas de espera por esta infraestrutura”, respondeu Eduardo de Andrade, outro ciclista e também usuário cotidiano da estrutura inacabada.
Desde a criação da operação urbana Faria Lima, em 1994, a ciclovia que ligaria o Ceagesp até a entrada do Morumbi – passando pela Av. Gastão Vidigal, Pedroso de Moraes, Faria Lima e pela Av. Luis Carlos Berrini – é uma exigência legal. O projeto original desta ciclovia, cabe ressaltar, é de 1980 e considerado o primeiro projeto de ciclovia da cidade de São Paulo.
Com volumosos recursos no âmbito desta Operação Urbana uma parte mínima da ciclovia (2,2 km) só saiu do papel no ano de 2012, mais de 30 anos depois , pela pressão incessante da sociedade e de alguns Secretários Municipais que à época convenceram o Prefeito Gilberto Kassab da importância desta obra.
Os resultados do trecho já implantado são impressionantes, mostrando um potencial enorme neste que é o principal eixo econômico e de geração de empregos da cidade de São Paulo.
Em Abril de 2014 a Prefeitura de São Paulo, por meio de Ata de Registro de Preços, contratou a empresa JOFEGE Pavimentação e Construção Ltda. para “requalificação de canteiro central e implementação da ciclovia”, repartindo a implantação em sete contratos diferentes, compreendendo trechos distintos.
As implantações fluíram bem, mas em outubro de 2014 o Tribunal de Contas do Município (TCM) auditou os contratos e indicou a paralisação das obras no trecho que vai do Parque Villa-Lobos à Av. Pedroso de Moraes, até que a Prefeitura respondesse todos os problemas levantados.
Não tivemos, até o momento, a confirmação nem do TCM, nem da Prefeitura, de que as questões levantadas foram respondidas. O que interessa aos ciclistas, neste momento, é que a implantação foi retomada com intensidade e em sua plenitude.
São milhares de ciclistas se arriscando diariamente em meio às obras inacabadas, sem sinalização, sem rebaixamento de guias e sem iluminação, com bloqueios e obstáculos e ainda tendo que desviar dos buracos que o próprio Tribunal de Contas fez durante uma vistoria técnica.
Resta-nos, portanto, acompanhar de perto a execução desta histórica e importante ciclovia, tendo em mãos o objeto do contrato e o cronograma para não termos mais atrasos – nem de 30 dias, nem de 30 anos.